quarta-feira, 12 de agosto de 2009

QUANTO COBRAR pelo seu serviço?

Minha idéia é contribuir para criar parâmetros para que cada um decida por si o QUANTO VALE SEU TRABALHO e o QUANTO COBRAR.
Acredito que apenas com a DISCUSSÃO vamos conseguir melhorar nosso mercado e eliminar de vez o famoso SOBRINHO (…rs).

Para quem não conhece, o SOBRINHO de que falei acima, é a desculpa que o cliente dá ao profissional de 3D/Publicidade/Design/etc, quando quer baixar o preço de seu trabalho. Quem nunca ouviu um cliente reclamar: “-Tudo isso? Mas tá muito caro. Eu tenho um SOBRINHO que faz pra mim por um décimo do seu preço!”.

Acontece que muitas vezes este SOBRINHO não existe, ou seja, é apenas uma estratégia do cliente para baixar seu preço. E quando existe, são pessoas que como nós, por não ter uma base para seus cálculos, pegam um JOB por um preço que não paga nem seus próprios custos.

Mas como saber se o valor que você pediu é o suficiente? Como avaliar se você não está trabalhando quase de graça (o que te desvaloriza como profissional, e ainda te dá prejuízo)?

Bom, esta é a idéia geral deste blog. Ajudar a TODOS NÓS a chegar a um consenso sobre os preços que cobramos e desta forma melhorar um pouco nosso Mercado (se possível, deixá-lo um pouco menos prostituído).

Vamos pensar um pouquinho. Seu cliente (comerciante ou empresário) vende seus produtos/serviços por um preço abaixo do custo?
No geral não, pois com certeza seu objetivo TER LUCRO para poder crescer e continuar a investir em seu negócio.

Então, se o seu próprio cliente não trabalha abaixo de seus custos, porque VOCÊ TEM QUE TRABALHAR?

A resposta é que você não tem e não deve trabalhar ganhando pouco, pois o mercado SUPER COMPETITIVO em que vivemos, exige que sejamos profissionais ATUALIZADOS, ÁGEIS E COMPETENTES. E tudo isto requer INVESTIMENTOS. Se você for um freelancer ou tiver uma empresa, você precisa se atualizar, você precisa investir em computadores novos, em softwares e em uma infinidade de coisas que, se não colocar no papel, irá ter prejuízo.

Se formos avaliar, provavelmente muitos de nós também teremos passado alguma vez por SOBRINHO, na medida que definimos nossos preços sem ter uma base concreta de cálculo.
Por isso, seguem abaixo algumas sugestões (que eu espero possamos aperfeiçoar juntos), para chegarmos a uma base de cálculo UM POUCO MAIS PROFISSIONAL:


Depois de MUITA pesquisa, de procurar em sites nacionais e de outros países, consegui ter algumas idéias que vão nos ajudar. Seguem abaixo:

1- Saiba definir quais são seus gastos mensais:
Se você tiver uma empresa, sabe que precisa pagar pelo aluguel, condomínio, luz, água, equipamentos, compra de software original**, telefone, internet, funcionários, transporte, alimentação, contabilidade, seguros, impostos, além de precisar ter uma previsão para emergências, cursos de atualização, upgrade de softwares, manutenção/compra de equipamentos e etc.

No caso de freelancer, a lista seria um pouco mais simplificada. Algo como: aluguél (do seu imóvel ou você vai morar na rua…rs), condomínio, luz, água, equipamentos, compra de software original**, telefone, internet, transporte (para visitar seus clientes), alimentação, seguros, impostos***, além de precisar ter uma previsão para emergências, cursos de atualização, upgrade de softwares, manutenção/compra de equipamentos e etc.

** Não importa se você é empresa ou se é freelancer, o software original é necessário para tenha assistência e suporte técnicos, além de não gera multas. Portanto, se você ainda não tem um software original, esta deve ser uma de suas prioridades e por isto TEM que entrar na sua lista de gastos mensais.
*** Mesmo quando seu cliente quer lhe pagar POUCO pelo seu trabalho, ele EXIGE uma nota ou coisa parecida, por isto lembre-se sempre de calcular o valor dos impostos (que em nossa área deve variar em torno de 15%)

2- Monte uma planilha eletrônica (em Excel ou outro similar). Crie as colunas de DESCRIÇÃO, DESPESAS e RECEITAS (se for o caso). Na coluna DESCRIÇÃO, coloque por ordem a descrição das despesas que você possui (em uma célula separada);

3- Na segunda coluna (DESPESAS), atribua o valor correto para cada despesa que você possui;

4- Na base da coluna DESPESAS, faça uma somatória de todos os valores descritos acima e você achará o valor TOTAL de gastos do mês (na tabela1A você pode ver um exemplo deste cálculo, com algumas ESTIMATIVAS DE CUSTO de um escritório, sendo que os valores ali apresentados não correspondem a realidade).

5- Para achar valor MENSAL da compra de um software ou equipamento, por exemplo, divida seu valor por 12 (que são os meses do ano), para obter o seu custo mensal.

6- Para achar o seu valor/hora de trabalho, pegue seu total de gastos mensal (coluna C25) e divida por 198, que é o numero de horas trabalhadas em um mês de 30 dias (ou seja, aproximadamente 22 dias trabalhados multiplicado por 9 horas diárias).
Bom, até aqui você tem seus GASTOS MENSAIS. Se você cobrar de seus clientes APENAS este valor por sua hora de trabalho, você estará empatando, ou seja, conseguirá pagar suas contas mas não conseguira ter sobras para pensar em crescer. E para isto você precisa calcular seu lucro.

7- Um dos fatores que pode ajudá-lo a calcular o valor que você deve cobrar por sua hora de trabalho é a sua EXPERIÊNCIA. Seu Know-how. Tudo aquilo que você conhece e vai aplicar em benefício de seu cliente. Quem tem mais experiência pode cobrar mais por seu tempo, pois seu acerto provavelmente será maior. No exemplo da TABELA 1A eu coloquei 30%. Este valor pode variar de acordo com os fatores que você aplique para definir seu custo por hora.

Espero ter ajudado e que vocês contribuam para que este blog seja uma ferramenta para os profissionais de nossa área.

2 comentários:

  1. Muito bom! Seu blog merece ser muito divulgado, e já o estou fazendo no meu perfil do orkut.
    Conhece o blog dos fotógrafos Armando Vernaglia e o do Geraldo Garcia? abraços

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  2. Muito bom, mas acredito que o cálculo de horas deveria ser reduzido para 6h ou 7h (+1h de descanso), pois é a quantidade de horas realmente produtivas do dia acima disso, gerar-se desgaste físico para a pessoa.

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